:: San Pedro de Atacama ::

DESERTO DO ATACAMA

Paisagem do Atacama

Paisagem do Atacama

Um lugar que já ficou 400 anos sem chuva, onde a variação de temperatura vai de 0ºC a 40ºC em 24 horas, onde as cores e a infinitude da vista faz você se sentir como se estivesse em Marte, onde é possível encontrar múmias, onde a noite às vezes é clara, onde a Madonna já gravou um clipe, onde a hipoxia é quase sempre inevitável, onde as estrelas são incontáveis.

O repouso mais do que merecido após um dia no escaldante deserto. O vilarejo, que está localizado a 6170 metros acima do nível do mar, manteve suas construções coloniais. As casas, restaurantes e hotéis de adobe, passam uma impressão bem rústica, diferente de qualquer outro lugar. E mesmo assim, a estrutura de restaurantes, bares e lojas é incrível, certamente muito melhor do que qualquer visitante espera. Pessoas de toda parte da América Latina e do mundo dividem sua atenção entre tomar um refrescante drinque e conhecer a cultura atacameña, tanto a indígena como a hispânica. Suas ruas estreitas além de conferir um charme a mais no vilarejo, ajudam a proteger construções históricas como a igreja local que possui 500 anos.

San Pedro de Atacama é uma cidade pacata, estilo faroeste (ruas de terra), mas possui boa estrutura para o turismo, também tem muitas opções para quem gosta de esporte de aventura, como Mountain Bike e Sandbord nas dunas do Atacama.

Um pouco da cidade:

O norte do Chile é realmente um lugar de extremos. É a região mais árida do planeta, possui o deserto de maior altitude localizado a 2.440 metros, as águas das chuvas não passam de 35 milímetros por ano, e seu solo impermeável lhe garante um aspecto comparado ao de Marte.

Esse é o Atacama, uma extensa área desértica entre as águas frias do Pacífico e as monumentais cordilheiras dos Andes, onde o viajante que busca experiências singulares encontra refúgio sem ter que abrir mão de serviços básicos para a sobrevivência no deserto.

Rua de San Pedro de Atacama

Rua de San Pedro de Atacama

Esse esconderijo se chama São Pedro de Atacama, capital arqueológico do país e pequeno povoado que serve como base para a exploração da região. Esta cidade, que ainda guarda costumes dos povos pré-incaicos que deixaram marcas profundas em seu território, era há 15 anos apenas uma localidade escondida do norte do país que mal recebia visitantes estrangeiros. Hoje, a marca “Atacama” é um produto chileno consolidado no mercado turístico internacional ao lado de Torres Del Paine e Ilha de Páscoa.

Mesmo com tanta fama, a cidade ainda preserva seu ritmo particular que permite ao visitante um passeio, a passos lentos, por suas ruas estreitas de terra e casas de adobe com telhados de palha. O clima pacato só é quebrado por alguma festa típica do povoado, como o desfile de Santa Rosa em agosto, ou pelas músicas folclóricas tocadas nas peñas da aracoles, a principal via de circulação. Turistas de todo o mundo são disputados pelos restaurantes, bares e lojas dessa rua exclusiva de pedestres.

Aliás, o Atacama, que na língua cunza significa “cabeceira do país”, é marcado historicamente por disputas e dominações anteriores à chegada dos espanhóis. No ano 400 d.C., a sociedade tiwanaku, proveniente do território onde hoje se encontra a Bolívia, impõe-se hierarquicamente sobre o povo atacamenho. O período seguinte (entre os anos 900 e 1450) foi marcado pelo rompimento com aquela civilização e, conseqüentemente, pelos novos conflitos sociais internos. Foi nesse contexto que o Estado inca expandiu-se e dominou a região do Atacama até que fosse dizimado com a chegada dos europeus, em 1535.

Depois de um parêntese histórico de tantos anos, e com o corpo devidamente aclimatado às altitudes, é hora de explorar o Atacama. Há três formas de se conhecer a região: a tradicional, em que as agências oferecem o mais básico do Atacama como os Vales da Lua e da Morte, além dos gêiseres de El Tatio; o roteiro alternativo, em que as margens do deserto ganham novas dimensões em rotas pouco divulgadas com visitas a petroglifos, povoados de um só habitante e cânions em vales multicoloridos; e a terceira opção, que alia, na medida certa, um pouco de cada um dos dois roteiros anteriores.

Vulcão Licancabur

Vulcão Licancabur

Seja qual for a escolha, uma imagem será inevitável durante os dias em que estiver sobre solos atacamenhos: o Licancabur, o imponente vulcão cônico de 5.916 metros de altura que separa o Chile e a Bolívia. Quanto mais longe se vai, mais se vê esse vulcão onipresente entre os recortes das rochas gigantes que cercam a região.

A imponente montanha é local sagrado desde épocas anteriores à chegada dos colonizadores, quando ali se realizavam sacrifícios com animais. A prática foi proibida pelos espanhóis, mas o vulcão continua atraindo aventureiros até a lagoa que se localiza no seu cume, além de devotos que uma vez ao ano levam oferendas à Pacha Mama pelo que se conquistou naquele período.

É certo que a escalada de oito horas se dá pela Bolívia devido ao terreno ainda minado da época em que o Chile e a Argentina disputavam terras, mas para o Licancabur não existe fronteiras nem guerras. Por isso, ele segue soberano guardando a região. E ainda dizem que o oásis é pura ilusão. Não no deserto do Atacama.

O clima no Atacama, como qualquer outra região desértica, é marcado por uma considerável mudança térmica: altas temperaturas durante o dia com quedas bruscas à noite. Chuva? Nem se dê ao trabalho de colocar capa na bagagem. A máxima anual de chuva na cidade foi de 50 mm. As raras gotas de água que caem sobre a região são mais comuns durante o ‘inverno altiplânico’, entre os meses de janeiro e março. Durante o inverno, as temperaturas variam de 22°C, durante o dia, a 4ºC, pela noite. Em algumas regiões do Atacama, como o Tatio, a temperaturas pela manhã podem chegar a 18°C negativos.

No verão os termômetros costumam marcar até 27°C, durante o dia, e 16°C, pela noite. A época da primavera é conhecida pelos fortes ventos, que chegam a quase 100 km por hora.

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